A história do ballet clássico começou há 500 anos atrás na Itália. O primeiro ballet registado aconteceu em 1489, para comemorar o casamento do Duque de Milão.
Os ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco em pequenos e delicados movimentos de pernas e pés.
Quando a italiana Catarina de Medicis casou com o rei Henrique II e se tornou rainha da França, introduziu esse tipo de espectáculo na corte francesa sendo aprimorado nas ocasiões especiais combinando dança com música, atingindo o auge da sua popularidade quase 100 anos mais tarde através do rei Luís XIV.
A dança deixou, assim, de ser considerada apenas um passatempo da corte e passou a ser considerada uma profissão. Em princípio, todos os bailarinos eram homens, mas, no fim do séc. XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas que, apesar dos seus ainda limitados figurinos, ganharam logo importância.
O desenvolvimento da técnica da dança e dos espectáculos profissionais trouxe a necessidade de dar um significado aos movimentos da dança. A solução foi o
"Ballet de Acção" inaugurado no final do séc. XVIII por Jean-Georges Noverre, isto é, a dança passou a ter uma narrativa que apresentava um enredo e personagens reais, modificando totalmente a forma do Ballet até então.
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Marie Taglioni |
O Romantismo do séc. XIX transformou o Ballet substituindo heróis e heroínas por figuras exóticas e etéreas, movimento este inaugurado por
Marie Taglioni para quem foi criado o ballet
"A Sílfide", o primeiro bailado com utilização de
sapatilhas de pontas por parte das bailarinas.
Outro ballet romântico,
"Giselle", que consagrou a bailarina
Carlota Grisi, foi a mais pura expressão de período romântico.
O período Romântico na Dança, após algum tempo empobreceu na Europa, ocasionando ao declínio do Ballet. Isso, porém, não aconteceu na Rússia. As companhias do ballet Imperial em Moscovo e São Petersburgo, foram reconhecidas pelas suas soberbas produções e muitos bailarinos e coreógrafos fora trabalhar com eles.
Mauris Petipa, um coreógrafo francês emigrante na Rússia, usou a música de
Tchaikovsky na criação de três dos mais importantes ballets do mundo: a
"Bela Adormecida", o
"Quebra-Nozes" e o
"Lago dos Cisnes". Mas, o sucesso de Petipa não foi eterno e o Ballet entrou de novo em decadência. Desta vez, o editor russo de uma revista de artes,
Serge Diaghilev, trouxe para a audiência francesa os melhores bailarinos das Companhias Imperiais, como
Ana Pavlova e três grandes ballets sob direcção de Michel Fokine.
Mais tarde, em 1911, Diaghilev formou a sua própria Companhia, o
"Ballet Russo", começando uma nova era do ballet.
Até à morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo encantou plateias na Europa e na América, devendo a sua popularidade à capacidade do seu criador em descobrir novos talentos.
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Bailarina |
Devido ao facto de ser uma arte muito viva, o ballet ainda continua em mutação, mas, apesar das novas danças e das novas tendências,
existe e existirá sempre um palco e uma grande audiência para os trabalhos tradicionais e imortais.